Quem nunca tomou chá de alho para melhorar logo da gripe ou suco de couve com leite, acreditando aliviar dores estomacais? Pois nutricionistas de todo o mundo têm ido cada vez mais fundo no assunto, trazendo revelações interessantíssimas sobre o modo como os nutrientes adequados podem fazer diferença também em nossos processos mentais.
Com o passar dos anos, a mente, assim como o corpo, tem sua capacidade de funcionamento reduzida por conta dos radicais livres, que comprometem a atuação dos neurônios. É sabido que hábitos simples, como exercícios físicos e mentais, podem amenizar ou até mesmo reverter esse desgaste, mas o agente nutricional também vem sendo considerado fundamental para o estímulo da memória, da criatividade, do bom-humor e da inteligência.
Segundo a nutricionista Vivian Zollar, alguns nutrientes exercem funções preventivas e reparadoras das células neurológicas, como é o caso, dentre outros, dos ácidos graxos ômega-3, vitaminas B6, B12 e do ácido fólico. Os que possuem propriedades mais combativas aos radicais livres são as vitaminas E e C e o selênio, encontrados principalmente em alimentos de origem vegetal, como frutas, verduras, legumes, alimentos integrais, grãos e castanhas.
No entanto, a especialista enfatiza que é o hábito de uma alimentação balanceada, com alimentos de todos os grupos, o que proporciona a variedade de nutrientes necessária ao bom funcionamento do organismo e, consequentemente, o suprimento necessário para um cérebro mais saudável.
A seguir, listamos alguns alimentos comuns à mesa do brasileiro e suas propriedades nutritivas que, segundo pesquisas do mundo todo, têm o consumo diretamente benéfico ao intelecto. Confira!
Leite
Quando consumido em conjunto com certos carboidratos (como cereais e pão integral), o triptofano, aminoácido presente no leite, contribui para o aumento da serotonina – substância relacionada às alterações emocionais. Alguns estudos até associam a depressão à insuficiência do triptofano no organismo. A combinação do aminoácido com os carboidratos leves ainda pode aliviar dores e melhorar o sono, quando utilizado pouco antes de dormir. O leite materno também é apontado como benéfico para o desenvolvimento da cognição na infância, por possuir quantidade significativa de ômega-3. E a duração de seus benefícios se extende por toda a vida.
Vegetais verde-escuros
Eles contém ácido fólico, que ajuda os neurotransmissores a funcionarem de maneira eficaz. Brócolis, espinafre, feijões e carnes magras apresentam o nutriente.
Frutas e legumes amarelos
Combatem o envelhecimento celular em função das propriedades antioxidantes. Aposte em abóbora, cenoura, mamão, manga e pêssego. A banana, por sua vez, contém a vitamina B6, que também age na formação da serotonina – um potente neurotransmissor que agiliza os processos cerebrais. Encontra-se a B6, ainda, na batata e no espinafre cozido.
Fibras
Apresentam o inositol, substância que pode ser encontrada também em alguns alimentos integrais, nas frutas, no levedo da cerveja e nas nozes. Em geral, contribuem para a saúde intestinal e, consequentemente, para a melhor absorção dos nutrientes. O que também coopera para o bom funcionamento do cérebro.
Ovos
Assim como alguns legumes, são ricos em colina, também um aminoácido – sua deficiência está associada ao Mal de Alzheimer. Consumi-la em quantidades regradas e constantes, portanto, pode ser uma boa arma para evitar a doença. Esse nutriente também facilita a produção de acetilcolina, que é importante para o bom funcionamento da memória.
Chás
O manganês, presente em muitos dos chás mais comuns, é um mineral que constitui várias das enzimas encontradas em nosso corpo. Funciona como antioxidante e ainda envolve-se nos processos de metabolismo energético, tireóide e controle da glicose sanguínea. Está muito presente, além de nos cereais, nos chás verdes, pretos e de abacaxi.
Peixes
Espécies como atum, cavalinha, sardinha e salmão têm a carne bastante rica em ômega-3, óleo que age diretamente sobre a membrana celular. Assim, facilita a comunicação entre os neurônios, e por isso é considerado por nutricionistas um eficiente combatente aos casos de depressão. Anote aí: outro alimento rico em ômega-3 é a linhaça.
Oleaginosas
São as plantas vegetais que produzem óleos e gorduras, como castanhas, nozes, amêndoas, avelãs e amendoins. Funcionam como potentes antioxidantes, além de conter ácido linolênico, rico em selênio e vitamina E, bons para o cérebro. O consumo diário de duas a três unidades de castanha brasileira (a “castanha do Pará”) traz ao organismo quantidades significativas do selênio.
Frutas vermelhas
Além de ajudarem a memória, atuam diretamente contra os radicais livres, o que equilibra e potencializa as funções mentais. Bons exemplos são cereja, amora, framboesa, melancia, morango, pitanga e tomate.
Soro da memória
Pesquisas recentes realizadas na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, encontraram no soro do leite uma substância rica para a manutenção da boa memória. Repleta em proteínas e lipídios, o chamado “soro da memória” atua diretamente nos neurônios, facilitando a transmissão de informações.
É possível preparar o líquido em casa, utilizando leite tipo A ou B. Os vendidos em caixa ou em pó não têm o mesmo efeito, pois o processo industrial acaba com as propriedades necessárias para o soro.
As pesquisas apontam que os efeitos sobre a memória podem ser notados já a partir de três meses de ingestão diária da poção quase milagrosa – cerca de meio copo por dia, de preferência antes de dormir. Quer experimentar? A nutricionista Denize Ziegler, da Unisinos, ensina como: para cada litro de leite, misture o suco de um limão inteiro. Deixe descansar de quatro a doze horas, até coagular. Depois, separe a parte sólida da líquida com uma peneira bem fina. O que sobra é o soro da memória. Dura de três a cinco dias na geladeira. Também pode ser congelado.
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